Este é um projeto editorial que visa reeditar integralmente (sempre que possível) ou em forma de seleção, uma série de obras cuja ambientação estética-temática é decadente. A coleção inclui dois românticos: Junqueira Freire e Fagundes Varella, e vai até simbolistas “tardios”, como Felippe D’Oliveira e Ernani Rosas, passando por Alphonsus de Guimaraens, Francisco Mangabeira, Augusto dos Anjos, Marcello Gama, Emiliano Pernetta, Pedro Kilkerry, Flexa Ribeiro e Cesar de Castro, entre outros. Trata-se, na verdade, do primeiro arquivo editorial do Decadentismo Brasileiro em uma coleção que mantém a grafia original de cada poeta, com cada volume precedido de um texto introdutório e ilustrado por   Aline Daka Deorristt.

______________________________________________________________


Fagundes Varella
Eu Amo a Noite [e outros poemas] - 2011
Brochura, miolo em papel pólen bold 90gr, 100págs.
Formato: 20x12,5cm
Organização, seleção e apresentação de Camilo Prado.
Revisão de Gleiton Lentz e Márcio X. Simões.
Tiragem de 50 exemplares.

R$ 25,00 (+ R$ 7,00 - registro módico)

Luís Nicolau Fagundes Varella, nascido na fazenda Santa Rita, no município de Rio Claro, Rio de Janeiro, em 17 de agosto de 1841, é o mais conhecido de nossos poetas malditos. Considerado pela crítica como um “romântico”, é também, e antes de tudo, um decadente, se não no sentido do movimento que deu origem e se mesclou com o simbolismo, ao menos em um sentido primordial do termo: aquele que decai. Apesar de ter tido um grande reconhecimento em vida, foi um desgraçado, um desdichado, um daqueles seres cujo destino, mui atroz, torturou-o por trinta e três anos; o que não o impediu de deixar o legado de uma vasta e diversificada produção poética, ainda hoje difícil de se “classificar”.

Esta seleção, na grafia antiga, reúne os seus poemas mais “decadentes”, precedidos de uma apresentação biobibliográfica.

Clique na imagem para ler a página:




   






____________________________________________________________



Marcello Gama
Noite de Insomnia / Avatar [e outros poemas] - 2011
Brochura, miolo em papel pólen bold 90gr, 100págs.
Formato: 20x12,5cm
Organização, seleção e apresentação de Camilo Prado.
Revisão de Márcio X. Simões e Gleiton Lentz.
Tiragem de 50 exemplares.

[esgotado]

Marcello Gama nasceu em Mostardas, RS, em 1878, e faleceu na cidade de Rio de Janeiro em 1915. Publicou seu primeiro livro, Via sacra, em 1902, dois anos depois publica a peça em um ato Avatar. No entanto, seu livro mais importante e que o traz a este Arquivo é Noite de insomnia, publicado em 1907. Este livro é composto nada mais do que de um único e longo poema sobre um tema comum aos românticos e simbolistas: a solidão do poeta; não obstante, é inovador. Inova na plástica das imagens, localiza o leitor como se fosse um conto, beira a confissão intimista de um boêmio, pulsa nele o grito de um poeta anarquista, indignado e feroz: votando um sincero e profundo horror a convenções, guerra, leis, patriotismo, governo, capital...

No presente volume o leitor encontra também a peça Avatar e uma seleção de poemas de Via sacra. Estando o poema Noite de Insomnia na grafia original da 1ª edição.

Clique na imagem para ler a página:

  






____________________________________________________________



Rodrigo Octavio
Aristo - pastoral - 2014
Brochura, em papel pólen soft 80gr, 100págs.
Formato: 20x14cm
Organização e posfácio de Camilo Prado.
Tiragem de 50 exemplares
Reprodução integral da 2ª edição (1906)
Com as ilustrações originais [em vermelho] de Matitta e Raul Pompeia

R$ 30,00 (+ R$ 7,00 - registro módico)

“Publicada em 1889, a narrativa merece todas as veras de precursora, não só da prosa de ficção simbolista como do próprio movimento em que se insere. Surpreende, que uma obra desse gênero, surgindo naqueles anos esteja tão adaptada aos moldes decadentes e simbolistas. E tenha despontado no meio literário onde ainda não havia tomado corpo a nova idéia. Certamente ninguém se deu conta das novidades que trazia, mesmo que as considerasse fruto da influência de literatos estrangeiros. Seja como for, aparecendo antes da definição histórica do nosso Simbolismo, Aristo é uma obra nitidamente simbolista e decadente. (...) Pode a narrativa ter envelhecido para o nosso gosto e a história do filósofo e de Eulália cheirar a ultra-romantismo fantástico, mas é impossível negar-lhe a qualidade, nada desprezível nem secundária, de precursora da ficção simbolista.”

Massaud Moisés
História da literatura brasileira


"Aristo é a primeira obra em prosa, no Brasil, a qual podemos acrescentar o adjetivo “decadente”. É curioso que nela encontramos até um elemento chave do Decadentismo: nevrose, que aqui só viria a ser comum mais tarde. Todo o clima da novela é em atmosfera decadente, ou pelo menos de transição, transição do Romantismo para o Decadentismo. Seu início “crepuscular”, sua insistência na melancolia, no noturno e na solidão, o estilo arrastado, sanguinolento, envelhecido, bucólico, pessimista, dão o tom perfeito para que a obra possa ser vista como pertencente à estética decadente, próprio do decadentismo francês. Aristo é, assim, um irmão de espírito de des Esseintes (Huysmans, 1884), de Axël de Vausperg (Villiers, 1890), de Hugues Viane (Rodenbach, 1892), um homem desencaixado da sociedade humana. Neste caso, um filósofo pessimista e retraído do mundo.
Na carta a João do Rio, para o livro O momento literário, Octavio escreve: Fiz versos e escrevi o Aristo, uma novela que ninguém leu nem conhece, mas que é o meu livro mais significativo e mais meu. De então para cá a minha obra, quer na fatura, quer no sentimento, quer na respiga do assunto, ressente-se das circunstâncias atropeladas em que tem sido feita.”


[do Posfácio] Camilo Prado


 


Próximos títulos:


Cesar de Castro : Péan / Ampollas de Escuma
Pedro Kilkerry : Poesias
Francisco Mangabeira : Tragedia Epica
Wencesláu de Queiroz : Rézas do Diabo
Junqueira Freire : Os Claustros [e outros poemas]
Felippe D’Oliveira : Alguns Poemas
...etc.



No canto escuro da História
a minha saudação – e gratidão –
ao arqueólogo, mestre e arauto
Andrade Muricy, pelas luzes.

C.P.




Nephelibatas em movimento